sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Minha própria perfeição!

Acordei atrasada, não achei o par do meu tênis, perdi o apontador do lápis de olho, nasceu uma espinha enorme no meu queixo porque estava naqueles dias e ainda por cima minha franja cismou de querer ser independente. Descobri naquela manha, que a pior parte de levar um fora, é acordar no outro dia.  Olhei no espelho, e percebi que nem todo o corretivo do mundo esconde as olheiras de uma noite inundada de lágrimas de amor. Mas ok. Eu precisava enfrentar tudo aquilo e ir para escola.
No caminho, percebi  que  minha vida estava uma bagunça. Nem as músicas do meu celular me agradavam mais, e as poucas que eu ainda tinha vontade de ouvir,  me lembravam caras que me fizeram sofrer.
Ok. Eu e meu silêncio no caminho da escola.
Eu estava prestes a chegar na escola, quando vi Felipe na esquina. Ele estava mais lindo que nunca, sorrindo como de costume e não olhando pra mim como sempre. Ser invisível não é um poder de super-herói do cinema? Bom, um segredo, eu também tinha esse dom.
Mas, daquela vez foi diferente. Quando cheguei mais perto, ele olhou pra mim – e a melhor parte, ele me enxergou.  Depois daquela noite, eu não esperava qualquer tipo de diálogo.
- Oi Camila – Ele disse enquanto soltava aquele sorriso insuportável de capa de revista.
- Oi Felipe – Eu sabia que naquele momento eu não era a garota mais branca da escola, mas sim, a mais vermelha.
- Quero conversar com você sobre o que aconteceu ontem a noite.
- Eu não tenho nada pra falar. É só você fingir que não aconteceu, que eu não disse nada. Eu to tentando fazer isso, e se não for pedir muito, quero que você faça também.  - Até hoje eu não sei de onde veio toda a coragem pra dizer aquilo.
-  Camila, você me entendeu errado. Eu realmente preciso falar com você. Depois dá escola de espero na praça, pode ser?
-  Tudo bem. Eu estarei lá.
Aquilo muito me lembrou um filme, onde o mocinho combinou com os melhores amigos idiotas e armou uma emboscada para a pobre coitada. Mas, por algum motivo desconhecido, eu sentia vontade de ir naquele "encontro". As aulas passaram sem que eu pudesse perceber, o sinal bateu e fui correndo para o lugar combinado.
Eu estava esperando qualquer coisa, de ovos até alto falantes. Eu nunca imaginaria que ele apareceria, lá de longe, com uma rosa vermelha e um sorriso de quem sabe o que quer.
- O que é isso? – Perguntei sem entender nada.
- E que eu descobri que eu amo você.  - Eu estava esperando a piada no final da frase.
- VOCÊ O QUE?
- Deixa eu terminar de falar Camila. Tenta ficar um minuto em silêncio? Sei que é difícil pra você. – Ele conseguiu fazer uma piada do meu jeito estrambelhado de falar e ainda parecer o cara mais lindo do mundo. – Eu nunca pensei que eu pudesse me apaixonar por você. Foi uma surpresa pra mim, ontem a a noite, depois de tudo aquilo que você disse. Eu percebi que eu não conseguiria viver sem você por perto. Sem seu senso de humor. Sem o seu jeito diferente de ser e agir. Você não é como todas as meninas que eu conheço. Por isso, independente de tudo e todos, eu gosto de você.
Meu estômago estranho. Parecia que eu tinha viajado da Santa Catarina até o Acre. Eu queria vomitar de tanta felicidade. Mas para a sorte do Felipe, a única coisa que eu fiz foi beijá-lo e abraçá-lo durante inesquecíveis minutos.
Naquele dia eu percebi que ser perfeita é uma merda. Que a felicidade está nos nossos erros e concertos. Que o amor pode surgir até quando a gente só espera o ódio e que sei lá, uma espinha no queixo poder ser a um charme a parte!

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